As eleições americanas estão próximas. Mcain e Obama procuram novos eleitores a cada dia que passa,buscando o desempate entre republicanos e democratas.
Mas nós brasileiros, o que ganhamos com as eleições estadunidenses?Para responder esta e outras perguntas sobre as eleições norte-americanas conversamos com Wander Veroni, 23 anos, editor do blog Café com Notícias,formado em Comunicação Social - Jornalismo e pós-graduado em Criação e Produção em Mídia Eletrônica: Rádio e TV, pela Uni - BH, Centro Universitário de Belo Horizonte.
1-Primeiramente, Wander qual a sua opinião sobre as eleições na maior potência econômica do mundo?
Wander Veroni - As eleições americanas chamam atenção do mundo, não só por ser uma potência econômica, mas porque pela primeira vez na história desse país veremos um candidato negro ter grande chance de ganhar. Além disso, os norte-americanos precisam de um outro líder, até porque a população sofre preconceito mundial pelas atitudes equivocadas do Bush. Será a possibilidade de uma nova imagem para esse país e melhorar o relacionamento deles com o mundo árabe, principalmente.
2-Os Estados Unidos produz o etanol de milho, Obama promete investir mais no etanol e em outras formas de combustíveis renováveis, você acha que esses investimentos podem atingir a produtividade de etanol no Brasil?
Wander Veroni - O Brasil, de uma maneira muito criativa, está levantando a bandeira do etanol pelo mundo. O que me preocupa é que, historicamente, os EUA tem a tradição de criar mecanismos protecionistas para os seus produtos no mercado. Provavelmente, vai haver ainda muita discussão em cima disso, pois o etanol, tanto de milho, álcool, ou ainda outros combustíveis renováveis, como o gás natural, já são uma realidade e terão um provável aumento de comercialização no mercado mundial.
3-Os americanos estão imunes aos ataques da rede terrorista AL-qualdea?
Wander Veroni - Creio que isso é impossível afirma com precisão, pois ainda há um ressentimento entre o mundo árabe e os americanos. Acredito que deva existir uma política de prevenção desses ataques, inclusive em alguns países europeus que apoiaram a invasão no Iraque.
4-Com a desvolarização do dólar e a alta taxa de desemprego no E.U.A a economia americana deve se normalizar ou afundar de vez?
Wander Veroni - O dólar por ser uma moeda utilizada de forma internacional em acordos comerciais, toda vez que sofre queda ou aumento, interfere na economia de diversos países. Isso é um efeito dominó. O grande problema da alta taxa de desemprego nos EUA é, justamente, a oferta de mão de obra barata em países emergentes, como o Brasil, por exemplo. Competir com isso fica complicado. Mas outra questão que me preocupa na crise americana são os benefícios dos trabalhadores. Lá por exemplo, quase que não existe sistema público de saúde. Quem não tem um bom plano de saúde, morre. A situação chega a ser mais crítica que no Brasil. Poucas pessoas sabem disso e sempre adoram vanglorizar os americanos.
5-Mcain ou Obama devem vencer as eleições e se tornar presidente?
Wander Veroni - Pelo que acompanho nos noticiários, torço por Obama. Seria muito bom para imagem desse país ter um líder político com a "cabeça mais aberta" e sensível a situação dos imigrantes ilegais que sustentam o setor de serviços dos EUA..
6-E agora, a pergunta principal desta entrevista: nos brasileiros, o que ganhamos com as eleições estadunidenses?
Wander Veroni - Nada... (risos). Brincadeira. Os principais interessados nessa história toda são os norte-americamos. O mundo acompanha receoso de longe porque sabe que isso pode interferir na economia e nas relações comerciais. É claro que por eles serem uma das mais influentes potencias econômicas do mundo, toda mudança política (e econômica) que o país sofre, de uma forma ou outra, repercute em todo o globo. Mas o quero lembrar e, ao mesmo tempo, fugir um pouco da sua pergunta, se você me permite, é que o voto nos EUA não é obrigatório, como aqui no Brasil. Como estamos num ano eleitoral aqui também, acho válido falarmos um pouco sobre isso. Lá, mesmo com um nível maior de escolaridade da população, os eleitores são totalmente desinteressados por política. Além disso, as eleições acontecem de maneira artesanal, com voto de papel, feito em estabelecimentos comerciais com pouca segurança e sujeito à fraude. Os políticos fazem grandes convenções e gastam uma fortuna com comunicação para tentar "garimpar" eleitores.
Pelo voto não ser obrigatório, se um partido conseguir juntar um bom grupo de eleitores, pode dar vitória para um candidato, tranquilamente, alguém já pensou nisso? Aqui no Brasil, por mais que essa declaração seja polêmica, eu sou a favor do voto obrigatório, justamente por isso: se o eleitor não estiver contente com nenhum dos candidatos ou tem simpatia por determinado político, ele vota, no mínimo justifica. Claro que aqui existe os currais eleitorais, mas pelo menos o povo ainda vota porque é obrigado. Lá nos EUA é complicado falar quem vai ganhar ou perder, porque o voto ñ é obrigatório. Fica difícil até acreditar nas pesquisas pré-eleitorais porque a realidade, no dia da votação, pode ser totalmente diferente. As nossas eleições são super organizadas e dão um show de tecnologia e apuração em tempo recorde. Nesse sentido, o mundo e os EUA, ainda têm que aprender com o Brasil. Claro que não sou doido: ainda temos muito que melhorar na questão de ter mais consciência política e escolher melhor os nossos representantes. Mas o voto obrigatório já é um passo importante para isso. Todos são obrigados a dar a sua opinião. Todos. Isso é democracia. O Brasil tem apenas 20 e poucos anos de eleições diretas, ainda estamos em processo de consciência eleitoral e política. Meu apelo como cidadão e jornalista é que nas eleições municipais deste ano no Brasil, que os eleitores pesquisem a história política dos candidatos que pretendem votar, principalmente no legislativo. Horário eleitoral não é programa de humor, nem um espaço para se mostrar um documentário da vida político, falar que ele é apoiado por cicrano e fulano, ou ainda falar que ama a sua família ou filhos. Esse espaço tinha que ser voltado para o debate. Então, não vote num candidato com um jingle engraçado, um nome voltado para o humor e que não tem representatividade na sua cidade. Pesquise os seus candidatos. Uma escolha errada pode arruinar a vida da sua cidade.
Wander Veroni - As eleições americanas chamam atenção do mundo, não só por ser uma potência econômica, mas porque pela primeira vez na história desse país veremos um candidato negro ter grande chance de ganhar. Além disso, os norte-americanos precisam de um outro líder, até porque a população sofre preconceito mundial pelas atitudes equivocadas do Bush. Será a possibilidade de uma nova imagem para esse país e melhorar o relacionamento deles com o mundo árabe, principalmente.
2-Os Estados Unidos produz o etanol de milho, Obama promete investir mais no etanol e em outras formas de combustíveis renováveis, você acha que esses investimentos podem atingir a produtividade de etanol no Brasil?
Wander Veroni - O Brasil, de uma maneira muito criativa, está levantando a bandeira do etanol pelo mundo. O que me preocupa é que, historicamente, os EUA tem a tradição de criar mecanismos protecionistas para os seus produtos no mercado. Provavelmente, vai haver ainda muita discussão em cima disso, pois o etanol, tanto de milho, álcool, ou ainda outros combustíveis renováveis, como o gás natural, já são uma realidade e terão um provável aumento de comercialização no mercado mundial.
3-Os americanos estão imunes aos ataques da rede terrorista AL-qualdea?
Wander Veroni - Creio que isso é impossível afirma com precisão, pois ainda há um ressentimento entre o mundo árabe e os americanos. Acredito que deva existir uma política de prevenção desses ataques, inclusive em alguns países europeus que apoiaram a invasão no Iraque.
4-Com a desvolarização do dólar e a alta taxa de desemprego no E.U.A a economia americana deve se normalizar ou afundar de vez?
Wander Veroni - O dólar por ser uma moeda utilizada de forma internacional em acordos comerciais, toda vez que sofre queda ou aumento, interfere na economia de diversos países. Isso é um efeito dominó. O grande problema da alta taxa de desemprego nos EUA é, justamente, a oferta de mão de obra barata em países emergentes, como o Brasil, por exemplo. Competir com isso fica complicado. Mas outra questão que me preocupa na crise americana são os benefícios dos trabalhadores. Lá por exemplo, quase que não existe sistema público de saúde. Quem não tem um bom plano de saúde, morre. A situação chega a ser mais crítica que no Brasil. Poucas pessoas sabem disso e sempre adoram vanglorizar os americanos.
5-Mcain ou Obama devem vencer as eleições e se tornar presidente?
Wander Veroni - Pelo que acompanho nos noticiários, torço por Obama. Seria muito bom para imagem desse país ter um líder político com a "cabeça mais aberta" e sensível a situação dos imigrantes ilegais que sustentam o setor de serviços dos EUA..
6-E agora, a pergunta principal desta entrevista: nos brasileiros, o que ganhamos com as eleições estadunidenses?
Wander Veroni - Nada... (risos). Brincadeira. Os principais interessados nessa história toda são os norte-americamos. O mundo acompanha receoso de longe porque sabe que isso pode interferir na economia e nas relações comerciais. É claro que por eles serem uma das mais influentes potencias econômicas do mundo, toda mudança política (e econômica) que o país sofre, de uma forma ou outra, repercute em todo o globo. Mas o quero lembrar e, ao mesmo tempo, fugir um pouco da sua pergunta, se você me permite, é que o voto nos EUA não é obrigatório, como aqui no Brasil. Como estamos num ano eleitoral aqui também, acho válido falarmos um pouco sobre isso. Lá, mesmo com um nível maior de escolaridade da população, os eleitores são totalmente desinteressados por política. Além disso, as eleições acontecem de maneira artesanal, com voto de papel, feito em estabelecimentos comerciais com pouca segurança e sujeito à fraude. Os políticos fazem grandes convenções e gastam uma fortuna com comunicação para tentar "garimpar" eleitores.
Pelo voto não ser obrigatório, se um partido conseguir juntar um bom grupo de eleitores, pode dar vitória para um candidato, tranquilamente, alguém já pensou nisso? Aqui no Brasil, por mais que essa declaração seja polêmica, eu sou a favor do voto obrigatório, justamente por isso: se o eleitor não estiver contente com nenhum dos candidatos ou tem simpatia por determinado político, ele vota, no mínimo justifica. Claro que aqui existe os currais eleitorais, mas pelo menos o povo ainda vota porque é obrigado. Lá nos EUA é complicado falar quem vai ganhar ou perder, porque o voto ñ é obrigatório. Fica difícil até acreditar nas pesquisas pré-eleitorais porque a realidade, no dia da votação, pode ser totalmente diferente. As nossas eleições são super organizadas e dão um show de tecnologia e apuração em tempo recorde. Nesse sentido, o mundo e os EUA, ainda têm que aprender com o Brasil. Claro que não sou doido: ainda temos muito que melhorar na questão de ter mais consciência política e escolher melhor os nossos representantes. Mas o voto obrigatório já é um passo importante para isso. Todos são obrigados a dar a sua opinião. Todos. Isso é democracia. O Brasil tem apenas 20 e poucos anos de eleições diretas, ainda estamos em processo de consciência eleitoral e política. Meu apelo como cidadão e jornalista é que nas eleições municipais deste ano no Brasil, que os eleitores pesquisem a história política dos candidatos que pretendem votar, principalmente no legislativo. Horário eleitoral não é programa de humor, nem um espaço para se mostrar um documentário da vida político, falar que ele é apoiado por cicrano e fulano, ou ainda falar que ama a sua família ou filhos. Esse espaço tinha que ser voltado para o debate. Então, não vote num candidato com um jingle engraçado, um nome voltado para o humor e que não tem representatividade na sua cidade. Pesquise os seus candidatos. Uma escolha errada pode arruinar a vida da sua cidade.
2 comentários:
15 de setembro de 2008 às 05:10
Oi, Isaque!
Obrigado pelo convite da entrevista. Gostei muito de ter participado e espero contribuir para o debate em torno dos temas expostos.
Abraço,
=]
__________________________
http://cafecomnoticias.blogspot.com
17 de setembro de 2008 às 18:13
Isaque, feliz escolha de entrevistado. O Wander é competentíssimo, sou profissional do ramo tb e digo isso com propriedade. É antenado, inteligente,curioso e excelente pessoa.
Trouxe uma contribuiçao de muito valor o seu post com esse entrevistado.
Abraços e parabéns!
Letícia.
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